sábado, 12 de abril de 2008

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM - 1º Bimestre (Parte II)

Básico do implante das mamas

Os implantes de mama são sacos pequenos formados por uma concha de elastômero com uma válvula para enchimento auto-seladora na frente ou atrás. Os implantes de mamas são preenchidos com silicone em gel ou com uma solução salina estéril (água salgada).

Os implantes das mamas possuem uma variedade de formas e tamanhos. O tamanho dos implantes das mamas é medido em centímetros cúbicos (ccs) e eles aumentam o tamanho das mamas de uma mulher aproximadamente o volume de uma xícara a cada 175 a 200ccs.

Geralmente, os implantes apresentam três tamanhos, e o tamanho que é utilizado depende do resultado desejado pela paciente e do tamanho da mama que sua estrutura física suporta. Escolher um implante de mamas muito grande pode causar complicações cirúrgicas ou tornar o implante visível através da pele após a cirurgia.

FORMAS DE IMPLANTE:

O tamanho não é a única coisa a ser considerada quando se fala sobre implantes. Para obter os resultados mais seguros e naturais, os implantes das mamas são feitos com uma variedade de características em mente. A primeira delas é a forma. Os implantes das mamas possuem duas formas: redondo e arredondado.

Os implantes redondos são o tipo mais comum. Muitas mulheres escolhem os implantes redondos porque eles tendem a fornecer uma grande quantidade de sustentação, preenchimento e definição. Algumas mulheres, entretanto, acham o implante redondo muito falso e optam por alternativas de aparência mais naturais.

Os implantes arredondados possuem mais a forma de uma gota (lágrima) para imitar a forma anatômica das mamas. Os implantes arredondados foram originalmente desenvolvidos para a reconstrução das mamas, mas se tornaram muito populares na cirurgia de aumento nas mulheres que desejam uma forma mais natural. A escolha do implante mais adequado deve ser descutida com o médico e as variáveis a serem consideradas são:

a quantidade de tecido com a qual o cirurgião deve trabalhar

a anatomia do paciente

onde o cirurgião colocará o implante na mama

COLOCAÇÃO DO IMPLANTE:

Um dos fatores mais importantes no sucesso do implante de mama é a sua colocação adequada. Existem três locais onde o implante pode ser colocado para aumentar o tamanho das mamas de uma mulher:

subglandular

subpeitoral

submuscular

Subglandular: esta colocação insere o implante diretamente atrás da glândula mamária e na frente do músculo. Esta colocação necessita da cirurgia menos complicada e possui a melhor recuperação. As mulheres atléticas podem optar por esta colocação porque evita que o flexionar dos músculos do peito interfira com a colocação ou integridade do implante.

Subpeitoral: esta colocação envolve a colocação do implante embaixo do músculo peitoral maior. Por causa da estrutura deste músculo, o implante só é coberto parcialmente. Esta alternativa reduz o risco de contratura capsular e curvatura visível do implante, mas o tempo de recuperação deste posicionamento é maior e mais doloroso porque o médico tem que manipular o músculo durante a cirurgia. Também por causa do aumento do inchaço, o implante pode demorar mais para ficar na posição natural após a cirurgia.

Submuscular: esta colocação põe o implante firmemente atrás da parede do músculo peitoral. O implante é colocado atrás do músculo peitoral maior e atrás da fáscia de suporte (tecido conectivo) e grupos de músculos não peitorais. Os implantes submusculares tendem a ser melhor para as mamografias, uma vez que se coloca o implante completamente atrás da área que necessita ser examinada. Esta colocação possui o mesmo contra que a colocação subpeitoral com um tempo de recuperação ainda mais longo.

INCISÕES:

Incisão periareolar

A incisão periareolar, ou incisão na auréola, é uma das incisões mais comumente utilizadas na cirurgia de aumento de mama. A incisão na auréola permite a colocação subglandular, subpeitoral ou submuscular do implante. O implante pode ser inserido e removido pela incisão da auréola no caso de complicações. A incisão é realizada onde a pele mais escura da auréola encontra a pele mais clara da mama. Isto permite que a cicatriz se misture com a mudança natural da pigmentação da pele. O implante é enrolado em uma capa de proteção antes de ser inserido. A capa evita que o implante entre em contato com bactérias no seio lactífero, que poderia causar contaminação por germes após a cirurgia. Após a colocação, a capa é retirada.

Uma das maiores vantagens deste tipo de incisão é que o cirurgião trabalha perto da mama, permitindo a colocação precisa do implante.

Incisão na prega inframamária

A dobra inframamária é outra incisão muito comum utilizada para o aumento da mama. Da mesma forma que a incisão da auréola, esta incisão permite que três tipos de colocação e a inserção e remoção do implante. A incisão é feita na dobra embaixo da mama, permitindo uma cicatriz discreta. Uma vez que a incisão é realizada, o implante é inserido e manuseado verticalmente no local. Ele passa pelos ductos do leite, de maneira que a capa protetora não é necessária.

Incisão transaxilar

As pacientes que desejam uma cirurgia sem cicatriz na mama geralmente optam pela incisão mais difícil, que é a transaxilar. Esta incisão é realizada na axila e deixa uma pequena cicatriz que é virtualmente impossível de ver. O procedimento transaxilar pode ser realizado com ou sem a ajuda de um endoscópio (um tubo com uma pequena câmera cirúrgica na extremidade). O corte é realizado na dobra da axila e cria-se um túnel dentro da mama. O implante é inserido no túnel e manuseado no local.

A incisão transaxilar apresenta um grande desafio para os cirurgiões, porque trabalhar longe da mama torna a colocação de implante mais difícil.

Como as incisões da auréola e da prega, a incisão da axila pode ser usada para a colocação do implante em qualquer local na mama. A principal desvantagem da incisão transaxilar é que se, ocorrer uma complicação que necessite a revisão ou remoção, a possibilidade do cirurgião ter de fazer uma incisão na auréola ou na prega para trabalhar com o implante é grande. É muito raro que os cirurgiões consigam reutilizar a incisão transaxilar - é muito difícil trabalhar em um implante tão longe da mama.

RISCOS: O primeiro e o mais importante é a infecção.

Flacidez
Este é o efeito criado quando o implante fica muito embaixo e a auréola fica muito alta. Isto cria uma aparência não natural que é o resultado de criar um espaço muito grande para o implante. Também pode ser causado pelo peso do implante na mulher de pele fina. Isto pode ser corrigido com cirurgia.

Contratura capsular
Contratura capsular não é um risco ou complicação no sentido tradicional: isto vai acontecer definitivamente em um determinado grau. A quantidade de contratura é o problema. A contratura capsular faz com que o implante seja espremido pelo tecido de cicatrização fibroso que se forma ao redor dele. O resultado pode ser um endurecimento dolorido das mamas.

Hematoma

Este é um risco cirúrgico comum que é causado pelo sangue coagulado embaixo da pele. Pode criar inchaço arroxeadoo, possivelmente doloroso. Isto pode ser corrigido com cirurgia ou drenagem.

Interferência com a mamografia
A solução salina ou o silicone nos implantes de mama podem alterar a mamografia e deixar de mostrar um câncer de mama ou uma lesão pré-cancerosa.

Necrose
Necrose ou "morte do tecido" é uma complicação rara e grave. O tecido morto pode se acumular ao redor do implante e impedir a resolução do processo.

Ruptura
Mesmo que as mulheres com os implantes de mama possam realizar uma série de atividades sem medo, elas devem saber que seus implantes não são indestrutíveis .

Seroma

Seroma é um acúmulo de líquido ao redor do implante. Este pequeno problema é resolvido com a drenagem dos líquidos com uma agulha.

Tumores Benignos:

• Hamartoma: é uma proliferação benigna de tecido fibroso, glandular e gorduroso. Seu aspecto mamográfico típico é de um nódulo redondo ou ovóide, bem circunscrito com densidade de tecidos moles e gordura, envolvido por uma fina pseudocápsula. Ecograficamente aparece como um nódulo heterogêneo, hipoecóico e/ou hiperecóico, ovóide ou como tecido glandular normal.
A ecogenicidade do hamartoma será determinada pela quantidade de tecido predominante, se houver mais tecido gorduroso, o mesmo será mais hipoecóico, mais tecido fibroglandular, determinará hiperecogenicidade.

• Lipoma: geralmente assintomático e unilateral. Pode manifestar-se como nódulo palpável móvel. Seu padrão mamográfico é de um nódulo hipodenso, apresentando uma cápsula de tecido fibroso. À ecografia apresenta-se como nódulo bem delimitado hipoecóico (mamas densas) ou hiperecóico quando se localiza superficialmente no tecido adiposo subcutâneo .

DOENÇA DE MONDOR:descrita em 1959 por Henri Mondor, é uma tromboflebite de veia mamária, originando um cordão fibroso, às vezes em forma de contas de rosário, podendo ser assintomática ou causar dor. Em nossa casuística observamos 4/100000 (casos/mamografias). O padrão mamográfico é de uma estrutura tubular densa, que à ecografia mostra-se superficial e hipoecóica .

Fibroadenoma Atípico: a mamografia da mama direita mostrou em QSE, um grupo de microcalcificações compactas, heterogêneas e irregulares, suspeitas e classificada como BI-RADS 4. Foi realizada biópsia destas microcalcificações cujo resultado foi de fibroadenoma calcificado .
• Ectasia Ductal :a ductografia percutânea mostrou a presença de ductos dilatados, com defeito de enchimento que à ecografia corresponde a estruturas tubulares anecóicas com ecos internos com material viscoso à punção.

• Sindrome de Poland: descrito em 1841, como ausência do músculo peitoral. Atinge uma em cada 36.000 a 50.000 mulheres. Hipoplasia mamária é comum nesta síndrome, assim como anormalidades do esqueleto torácico. Causa ainda desconhecida.

• Tumor Filóide: é um tumor raro (0,3%) de origem fibroepitelial, comumente manifestado por nódulo de crescimento rápido em mulheres de 30 a 50 anos, podendo ser benigno ou maligno, este último mais freqüente em mulheres de idade avançada. À mamografia aparece como nódulo, ovóide ou lobulado, bem circunscrito, semelhante ao fibroadenoma, porém com maiores dimensões. Seu aspecto ecográfico típico é de um nódulo sólido, hipoecóico, não homogêneo e bem circunscrito, podendo conter áreas císticas, que são altamente sugestivas. É muitas vezes indistinguível do fibroadenoma e não é possível diferenciar entre lesões benignas ou malignas (fig 2 e 3).

NÓDULOS: É o achado mamográfico encontrado em 39% dos casos de câncer não palpáveis. Os nódulos

devem ser analisados de acordo com o tamanho, contorno, limites e densidade.

• Tamanho - no caso das lesões não palpáveis este parâmetro é de importância relativa, pois os nódulos diagnosticados apenas pela mamografia, apresentam pequenas dimensões.

Contorno - os nódulos podem apresentar contorno regular, lobulado, irregular e espiculado. A suspeita de malignidade aumenta em função da ordem citada acima.

Limites - os limites representam a relação do nódulo com as estruturas vizinhas; portanto, limites mal definidos são mais sugestivos para malignidade do que limites parcialmente definidos e

limites definidos

Densidade - os nódulos malignos geralmente apresentam densidade elevada, às vezes densidade

intermediária e raramente baixa densidade.

MICROCALCIFICAÇÕES: Achado mamográfico encontrado em 42% dos casos de câncer em lesões não palpáveis,podem representar o sinal mais precoce de malignidade. A análise deve incluir tamanho, número,forma, densidade e distribuição.

Tamanho - microcalcificações, por definição, são estruturas com tamanho igual ou menor que 0,5 mm, portanto, partículas pequenas sugerem malignidade e partículas maiores são mais sugestivas

de benignidade.

• Número - quanto maior o número de microcalcificações por centímetro cúbico, maior a suspeita para malignidade. Não esquecer que na radiografia considera-se 1 centímetro quadrado, que representa a projeção, em 2 planos, do volume correspondente a 1 centímetro cúbico. A suspeição começa a partir de 5 partículas. Assim, quanto maior o número de partículas na área de 1 cm2 da radiografia, maior a suspeita para malignidade.

Forma - quanto maior a variedade de formas (puntiformes, lineares, ramificadas), maior o grau de suspeição para malignidade.

Densidade - as microcalcificações tipicamente malignas apresentam densidade alta e importante variação de densidade dentro das partículas e entre as partículas. Portanto, densidade baixa e pouca ou nenhuma variação de densidade entre as partículas, sugere benignidade.

Distribuição - as microcalcificações suspeitas de malignidade são em geral unilaterais, podem

estar agrupadas num pequeno setor mamário ou dispostas em trajeto ductal.

TIPO MICROCALCIFICAÇÕES - MORFOLOGIA % de malignidade

TIPO I :anulares, redondas, discóides, com centro lucente todas são benignas

TIPO II :redondas, isodensas, uniformes 22 % são malignas

TIPO III: puntiformes, tipo “poeira”, difícil identificação 40 % são malignas

TIPO IV:irregulares, poliédricas, tipo “grão de sal” 66 % são malignas

TIPO V :vermiculares, ramificadas, em forma de letras todas são malignas

Características que devem ser descritas nos nódulos:

• Densidade – só citar se a lesão for densa ou lucente.

• Localização – quadrantes (ver item 3.3.6), mama direita, mama esquerda.

• Medida em mm

• Contorno – regular, irregular, espiculado.

• Limites – definidos, parcialmente definidos, mal definidos.

Descrever as características da microcalcificações:

• Forma – monomórficas, pleomórficas, com pleomorfismo incipiente.

• Densidade – só citar se forem isodensas.

• Distribuição – agrupadas, trajeto ductal, segmento da mama.

• Localização – quadrantes (ver item 3.3.6), mama direita, mama esquerda.

• Ampliação – citar caso tenha sido realizada.

Recomenda-se a seguinte padronização para densidade assimétrica.

• Tipo – densidade assimétrica difusa, densidade assimétrica focal.

• Localização – quadrante

ADENOSE ESCLEROSANTE: Na adenose há aumento do volume dos lóbulos mamários por aumento numérico dos ácinos. Isto pode acompanhar-se ou não por fibrose intralobular.

CISTOS SIMPLES X CISTOS COMPLEXOS: Simples: sempre benignos, contornos regulares, limites definidos, e apresenta somente liquido em seu interior.

Complexos: considerados malignos, onde apresenta espessura da capsula, e massa sólida em seu interior.

O QUE É UM NÓDULO ISOECÓICO: nódulo sólido com amplitude de ecos igual ao do parênquima mamário , ou seja a cor desse nódulo é igual a cor do parênquima mamário.

O que é um nódulo hiperecóico?

nódulo sólido com amplitude de ecos maior que o parênquima mamário normal, ou seja a cor deste nódulo se apresenta mais escura em relação ao parênquima.

O que é um nódulo hipoecóico?

nódulo sólido com amplitude de ecos menor do que o parênquima mamário normal.

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