sábado, 12 de abril de 2008

DIAGNÓSTICO POR IMAGEM - 1º Bimestre (Parte I)

OBS.: ESSA POSTAGEM NÃO É UM RESUMO, APENAS O CONTEÚDO DOS SLIDES.

Mamografia: A mamografia detecta alterações na mama como nódulos, cistos e microcalcificação. A mamografia é uma imagem radiográfica da mama, produzida através de um simples procedimento de raio-X. O exame é feito com um aparelho chamado mamógrafo, no qual a mulher posiciona os seios de tal forma que não haja movimento .

A diferença entre a mamografia tradicional e a digital está no tipo de tecnologia utilizada para a captação das imagens das mamas . No método tradicional, a qualidade das imagens depende de um filme. Já na digital, feixes de Raio X atravessam a mama e atingem um detector que os transforma em sinais elétricos, transmitidos a um computador.

Na digital consegue-se manipular o contraste e o brilho das imagens adquiridas, aprimorando o diagnóstico.Uma maneira de entender melhor as diferenças entre um método e outro é compará-los às máquinas fotográficas com filme e digitais. Nas com filme, só é possível perceber se uma foto ficou boa ou não depois que o negativo foi revelado. E a qualidade dessa imagem depende muito do tipo de filme. Já uma foto produzida pela máquina digital pode ser vista na hora, na tela do computador, imediatamente após a sua aquisição. Se a imagem não estiver boa, basta refazer. E, mesmo depois de tirada, é possível ampliar e manipular a imagem para analisá-la detalhadamente. O mesmo acontece com a mamografia digital.

1-Cabeçote do equipamento: local da ampola(tubo) de rai-x, onde se produz a radiação.

2-Filtração: filtrar os raios-x de baixa energia;

3-Colimação:responsável pelo tamanho do campo( reduz penumbra)

4-Compressor: usado para fixar e diminuir a espessura da mama.

5-Grade antidifusora: redução dos efeitos de borramento da radiação.

6-Porta- chassi: estrutura onde é colocado o chassi com o filme.

7-Controle automático de exposição :determina tempo de exposição de acordo com a mama.

Tubo de raio X: O coração de uma máquina de raios X é um par de eletrodos , um cátodo e um ânodo, que ficam dentro de um tubo de vidro a vácuo. O cátodo é um filamento aquecido, A máquina passa corrente pelo filamento, aquecendo-o. O calor expulsa os elétrons da superfície do filamento. O ânodo positivamente carregado é um disco achatado feito de tungstênio, que atrai os elétrons através do tubo.

A diferença de voltagem entre o cátodo e o ânodo é extremamente alta; então, os elétrons movimentam-se pelo tubo com bastante força. Quando um elétron, em alta velocidade, choca-se com um átomo de tungstênio, um elétron que está em uma camada mais interna do átomo é liberado. Com isso, um elétron que está em um orbital com energia imediatamente mais alto (mais externo) migra para aquele nível de energia mais baixo (mais interno), liberando sua energia na forma de raios X , que é a energia liberada num choque de elétrons.

IMPORTANCIA DA COMPRESSÃO DA MAMA:

Reduz a dose da radiação;

Aumenta o contraste da imagem porque a redução da espessura da mama dimunui a dispersão da radiação;

Diminui distorções pois aproxima a mama do filme;

Aumenta a resolução da imagem pois o paciente não tem como mexer a mama.

GRADES ANTIDIFUSORAS: A função da grade antidifusora é retirar o raios-x espalhados , diminuindo o borramento da imagem.

MODOS DE OPERAÇÃO: Os mamógrafos atuais permitem realizar 3 modos de operação:

Automático: O aparelho seleciona a tensao(kv) de acordo com a espessura da mama comprimida, dando tambem a corrente e tempo da disparada de raio (mAs);

Semi-automático:o operador seleciona o kv de acordo com a espessura da mama comprimida e o aparelho calcula o mAs.

Manual: o operador seleciona o kv e o mAs.

TENSÃO - Kilovoltagem (kV) = Elétrons com mais energia adquirida por meio de Kv mais alto produzem raios X mais penetrantes e em maior quantidade.

CORRENTE - Miliamperagem (mA)=quantidade

ou número de elétrons que passam a cada

segundo do catodo para o anodo.

TEMPO de exposição (s) = duração do pulso

Quanto maior o Kv e o mAs maior a penetraçao de raio-x na mama.

Mama com silicone fazer manual: 25 Kv e 40 mAs.

Quanto maior a mama maior os dois índices.

COMEÇANDO O EXAME MAMOGRAFICO: Relação técnico e paciente:

A mamografia é um exame que requer total colaboraçao do paciente.O tecnico deve ter cosciencia da dificuldade que este exame encontra junto às mulheres.

Na maioria das vezes, independente da classe social, as duvidas e angustias são iguais, assim, como as reações ao exame são as mesmas.Todas temem o desconforto com a compressão.

O técnico deve sempre explicar ao paciente como se processará o exame e ouvir seus questionamentos.

Análise da Mamografia:

O diagnóstico em radiologia mamária começa com uma indicação correta, seguida de anamnese dirigida e exame físico para que se tenha um planejamento do que se deve fazer.

Anamnese dirigida:

A anamnese digirida será realizada seguindo os itens da ficha do serviço de radiologia , que tem como finalidade

estabelecer um padrão de

questionário.A ficha deve ser

preenchida com letra legível.

PERGUNTAS FREQUENTES:

Qual seu peso?

Idade de menarca?

Tem casos de ca de mama na família?(paternos ou maternos)?

Idade de menopausa?( se acaso já esta na menopausa).

Indicacão clinica.

Já foi submetido(a) a alguma cirurgia na mama?( biópsia, quadrantectomia, mastectomia, mamoplastia, entre outros...)

INDIAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO EXAME MAMOGRAFICO:

Mamografia de rotina:

É aquela realizada em mulheres sem sinais ou sintomas de ca de mama, sendo capaz de detectar lesões pequenas , não palpáveis (geralmente com melhores possibilidades de tratamentos e melhor prognóstico).

As situações quem que a mamografia são solicitadas são as seguintes:

Rastreamento de ca de mama em mulheres assintomáticas, geralmente a partir dos 50;

Pré-terapia de reposição hormonal-(TRH);

Seguindo- após mastectomia, para estudo da mama ( controle).

Mamografia Diagnóstica:

É aquela realizada em mulheres com sinais ou sintomas de ca de mama. Os sintomas mais freqüentes são nódulos , secreção mamilar, inchaço, vermelhidão da mama, entre outros...

Controle radiológico de lesão provavelmente benigna, detectada em mamografia anterio

OBSERVAÇAO:

MULHERES NUNCA DEVEM FAZER MAMOGRAFIA EM PERÍODOS PRÉ- MENSTRUAIS OU PERÍODO FERTIL.

IDENTIFICAÇÃO DO PADRÃO MAMARIO:

Mamas densas: nenhum tipo de substituição adiposa;

Mamas predominantemente densas: a substituição adiposa é menor que 50% da área da mama.

Mamas predominantemente adiposas:

A substituiçao é maior que 50% da área da mama.

Mamas adiposas: a substituição adiposa é total.

REGIÕES DA MAMA:

QSE : quadrante superior externo;

QSI: quadrante superior interno;

QIE: quadrante inferior externo;

QII: quadrante inferior interno;

UQext: união dos quadrantes externos;

UQint: união dos quadrantes internos

UQsup: união dos quadrantes superiores;

UQinf: união dos quadrantes inferiores.

RC: região central da mama.

PA: prolongamento axilar.

POSICIONAMENTO MAMOGRAFIO:

- CRANIO CAUDAL:

Tubo vertical, feixe perpendicular a mama.

Paciente na frente para o receptor, com cabeça virada para o lado oposto ao exame; do lado examinado, mão na cintura, ombro para trás e braço ao longo do corpo .

Elevação do sulco inframamário, para permitir melhor exposição, da porção superior da mama, próxima ao tórax.

Centralizar a mama no porta

chassi, mamilo paralelo ao

filme

As mamas devem ser

posicionadas de forma simétrica;

Esta projeção demonstra a porção medial das mamas.

Elevar linha inframamária;

Comprimir até que a mama esteja tensa, incluindo a porção medial da mama.

- MEDIO LATERAL OBLIQUA:

Rodar o tubo ate que o bucky esteja paralelo ao músculo grande peitoral, virando a angulação entre 30º e 60º

Feixe perpendicular a mama, lateral do músculo grande peitoral;

Encaixar a axila e o grande peitoral na parte superior externo do bucky, puxar o peitoral da mama para o bucky, colocando a mama para cima, rodar paciente do lado oposto e comprimir mama.

Esta posição demonstra a porção posterior, superior e lateral da mama.

Esta posição demonstra a porção posterior, superior e lateral da mama;

Colocar bucky com ângulo paralelo ao músculo peitoral;

Estender e levantar a mama paralela ao músculo peitoral;

Manter músculo relaxado;

Comprimir toda a mama de forma uniforme

Demonstrar a músculo peitoral até o nível do mamilo na radiografia.

MANOBRA UTILIZADA:

AMPLIACAO:

Representa a ampliação da parte da mama.

Indicação: Para visualizar detalhes nas áreas suspeitas e, principalmente, estudar a morfologias microcalcificaçoes.

POSICIONAMENTO:

Usar o dispositivo para ampliação, de acordo com o aumento desejado.

Colocar compressor para ampliação

Mudar para foco fino( 0,1 mm)

RECOMENDAÇÕES DAS TECNICAS MAMOGRAFICAS

MAMA FEMININA:

Fazer incidências básicas;

Usar modo automático de preferência.

MAMA MASCULINA OU FEMININA MUITO PEQUENA:

Fazer incidências básicas;

Fazer automático de preferência, se manual (25 kV- 40 a 60 mAs).

MAMAS COM IMPLANTES:

Fazer incidências básicas;

Fazer incidências básicas usando técnica de deslocamento intramamário da prótese, se for possível.

Usar modo manual;

Manual: 25 a 27kV- 40 a 60 mAs( retro angular) e 63 a 80 mAs localização retro peitoral.

MASTECTOMIA E MAMA RECONSTRUIDA:

Fazer incidências básicas;

PACIENTES COM TUMORES VOLUMOSOS.

Fazer incidências básicas do lado normal; Do lado com tumor, fazer incidências básicas somente se a paciente suportar alguma compressão, neste caso não esqueça de deslocara o detector para área mais densa, correspondente ao tumor.

ANATOMIA MAMARIA

n As mamas são glândulas em formato de lágrima que produzem leite e recobrem os músculos peitorais das mulheres e são suspensas pela caixa das costelas. Elas são mantidas no local por ligamentos de suporte e músculos. A estrutura da mama é dividida em dois componentes funcionais: o componente epitelial (o sistema que produz leite) e o componente estrutural (o sistema do tecido gorduroso e ligamentos que suportam e protegem a estrutura das mamas).

n O componente epitelial é composto de 15 a 25 lobos colocados em ordem ao redor do centro da mama (imagine as pétalas de uma flor). Cada lobo contém aglomerados de lóbulos que lembram os cachos de uvas. Todos os lobos terminam em dezenas de pequenos bulbos produtores de leite. Todos os lobos se conectam a uma rede de dutos chamados de seios lactíferos, que carregam o leite para o bico do seio. O bico do seio é circulado pela auréola - o tecido circular escuro que coroa o bico externo da mama. Os seios lactíferos transportam o leite através do bico para fora da mama.

n O componente estrutural da mama é compreendido principalmente de tecido gorduroso chamado de adiposo. Não existe músculo na mama real, mas existe uma série de músculos atrás e por baixo das mamas. Estes músculos trabalham em conjunto com um ligamento que se chama ligamento de Cooper e juntos agem como um sutiã natural, que suporta o peso das mamas na parte dianteira do corpo da mulher.

n o parênquima mamário é formado por uma parte glandulares-lobos/lóbulos mamários- e uma parte de gordura que ficam interpostas uma a outra. Ao passar a mão sobre a mama é percebida essa diferença de textura, dando a sensação de ter muitos nódulos na mama.

Morfologia Interna

As mamas são constituídas por:

n Parênquima: constituído pela glândula mamária, que apresenta 15 a 20 lobos piramidais, onde os ápices dispõem-se no sentido da superfície enquanto as bases dispõem-se para a parte profunda da mama. O corpo da mama é o conjunto desses lobos;

n Estroma: constituído por tecido conjuntivo envolvendo cada lobo e o corpo mamário de modo geral. Apresenta ainda em sua constituição, tecido conjuntivo denso e tecido adiposo, sendo que esse último está relacionado com o tamanho e a forma das mamas;

n Pele: é fina, além disso, apresenta glândulas sebáceas e sudoríparas.

n Morfologia Externa

n As mamas apresentam forma cônica, porém, variável, pois sua forma é influenciada pela quantidade de tecido adiposo e também pelo estado funcional (gestação e lactação), quando, por exemplo, na fase final da gestação, sofre aumento de volume, podendo haver algum enrijecimento decorrente da atuação dos hormônios femininos.

n Esses órgãos começam a se desenvolver na puberdade e, com o passar do tempo, devido à perda de elasticidade das estruturas de sustentação do estroma, tornam-se pedunculados.

n As mamas apresentam ainda a papila mamária, que é uma projeção onde os 15 a 20 ductos lactíferos de cada lobo, desembocam. Essa papila possui constituição dada por fibras musculares lisas, além de serem bastante inervadas. A área mais escura, onde há glândulas sudoríparas e sebáceas com formação de pequenos trabéculos, é a aréola mamária.

DISTURBIOS MAMARIOS:

n Os distúrbios das mamas podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os distúrbios não cancerosos incluem a mastalgia (dor nas mamas), os cistos, a doença fibrocística da mama, os nódulos fibrosos, a secreção através dos mamilos e a infecção da mama. Os distúrbios cancerosos incluem vários tipos de câncer de mama e a doença de Paget dos mamilos. O cistossarcoma filodes pode ou não ser canceroso.

Fibroadenoma
Sólido, sem líquido interior, composto de tecido fibroso e geralmente indolor. Originário no tecido de sustentação dos seios, pode ser palpável de acordo com o tamanho; identificado através de mamografia e/ou ultra-som. Muito comum entre mulheres jovens, de 16 a 30 anos.
Nódulos benignos menos freqüentes
Lipomas (nódulos de tecido gorduroso), linfonodos intramamários (gânglios ou ínguas), cistos sebáceos (cisto cutâneo), hemangioma da mama (má-formação vascular).

DOENÇA FIBROCÍSTICA:

n A displasia mamária ou doença fibrocística é a doença mais comum da mama. Inicia-se entre os 20 e 40 anos, com máxima sintomatologia antes da menopausa. As causas incluem excesso de estrógenos ou uma maior resposta do tecido mamário aos estrógenos circulantes. A doença fibrocística tem comportamento benigno. Contudo, quanto mais acentuados os fenômenos proliferativos do epitélio, maior o risco de transformação carcinomatosa.
Histologicamente, a doença fibrocística caracteriza-se por hiperplasia tanto do estroma quanto do epitélio mamários, em proporções variáveis.

n Secreção
Deve ser investigada sempre que ocorrer. Se for sanguinolenta, há duas possíveis causas: o tumor benigno chamado papiloma (que cresce como uma verruga no ducto mamário) ou um tumor maligno. Normalmente, é preciso fazer uma pequena cirurgia para retirar e depois identificar o tipo.

n Cisto
Nódulo derivado do ducto mamário, com interior líquido, que pode ou não provocar dor. Na maioria dos casos, são impalpáveis, diagnosticados por mamografia e/ou ultra-som (são palpáveis os cistos mais superficiais). É o tipo mais comum de nódulo e aparece em mulheres entre 25 e 40 anos.

n Mastalgia (Dor nas Mamas)

Algumas mulheres podem apresentar mastalgia dor nas mamas) ou sensibilidade ao toque durante ou imediatamente antes da menstruação, provavelmente devido às alterações hormonais que desencadeiam a menstruação. Na maioria dos casos, a mastalgia não é um sintoma de câncer. Algumas vezes, os cistos de mama causam dor. Suspeita-se que determinadas substâncias presentes em alimentos e bebidas (p.ex., as metilxantinas presentes no café) possam causar mastalgia, mas a redução do consumo dessas substâncias parece não reduzir a dor.

n Infecção e Abscesso da Mama

As mastites (infecções mamárias) são raras, exceto próximo ou logo após o parto ou após uma lesão. Ocasionalmente, o câncer de mama pode produzir sintomas similares aos de uma infecção mamária. Uma mama infectada geralmente torna-se hiperemiada (vermelha) e edemaciada (inchada) e, à palpação, observa-se que ela está sensível e quente. O tratamento adequado é a administração de antibióticos. O abscesso mamário, o qual é mais raro, é um acúmulo de pus na mama. Ele pode ocorrer quando uma infecção mamária não é tratada. Ele é tratado com antibióticos e, geralmente, é drenado cirurgicamente.

n Assimetria focal: pequena lesão com densidade de parênquima mamário.

n Assimetria difusa: lesão com densidades de parênquima mamário, que ocupa um quadrante da mama.

n Microcalcificações

Calcificações visualizadas à mamografia podem

Ser classificadas como benignas,intermediária ou com alta probabilidade de malignidade.

Analisando-se uma mamografia, deve-se sempre procurar atentamente, e se possível com o auxílio de lente de aumento, a presença de microcalcificações. Quando evidenciadas, é imprescindível realizar magnificação para obtenção de maiores informações quanto à morfologia, número e distribuição das mesmas. A análise destas calcificações deve observar a seqüência: forma, número, tamanho, distribuição, variabilidade e estabilidade.




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