sábado, 12 de abril de 2008

BIOQUÍMICA - 1º Bimestre (Parte I)

Introdução:

história clínica + exame físico ou clínico = geralmente são suficientes para se obter um diagnóstico, embora na maioria das vezes eu precise de serviços de diagnósticos, que podem ser três: exames de imagem; fisiológicos; laboratorial.


O que é?

Um serviço de diagnóstico laboratorial dentro da análise clínica.

O que ela faz?

Análise quanti ou qualitativa de compostos químicos de fluidos biológicos.

Como faz?

Através de técnicas enzimáticas e reações químicas garantindo um resultado altamente específico.


Tipos e locais de análises clínicas:

1) Básicos: análises bioquímicas básicas necessitam de equipamentos simples para serem realizados. São análises de baixo custo e frequentemente solicitados (de rotina). Qualquer laboratório faz esse tipo de analise.

2) Especializadas: Precisa de equipamentos sofisticados, alto custo, solicitados com menor freqüência. Apenas grandes laboratórios de preferência fazem esses exames.

3) Urgência / Emergência: Podem ser tanto caros quanto baratos; sem este tipo de exame o médico não pode iniciar a terapia (ou seja, é muito necessária). Feitos em laboratórios hospitalares.

· A maioria das analises deve ser feita em laboratório, embora há casos em que podem ser feitos fora dele. Exemplo: bafômetro; teste de gravidez de farmácia; etc.

Riscos inerentes à atividade de bioquímica clinica:

O risco é qualquer situação em que possa comprometer a saúde do homem (funcionários do laboratório), do animal ou do meio ambiente.

Tipos de risco:

1) Acidente: qualquer situação em que expõe o homem à perigos que comprometem sua integridade física e moral. Ex: risco de explosão, risco de se cortar, etc.

2) Ergonômico: situações que podem alterar as condições psico-fisiológicas do trabalhador, podendo provocar alterações na saúde Ex: sobrecarga de peso, barulho causando stress, etc.

3) Físico: situações de exposição à diferentes formas de energia. Ex: radiação, temperatura, etc.

4) Químico: situações que expõem o homem à intoxicações por substancias nocivas, podendo ser inaladas, ingeridas ou tópico-cutâneas. Ex: pipetar com a boca e engolir substancias acidentalmente, etc.

5) Biológico: situações que expõem o trabalhador à contaminação microbiológica. Esse risco é subclassificado em quatro classes:

5.1) Classe 1: baixo risco individual, pois o microorganismo não causa infecção ao homem, e risco comunitário limitado. Bastante seguro. Ex: bacilo subtilis.

5.2) Classe 2: risco individual moderado, podendo causar infecção, e baixo risco comunitário.

5.3) Classe 3: alto risco individual com infecção grave, e risco comunitário moderado, porque OU tem profilaxia OU tem tratamento eficaz. Ex: infecção por microbactéria tuberculosis ou vírus da hepatite B.

5.4) Classe 4: Riscos individual e comunitário altos. Ex: Cólera, ebola, etc.

· em um laboratório bioquímico o risco biológico mais comum é o de classe 3, além de conter todos os demais riscos (acidente, ergonômico, físico e químico).

· Cores dos riscos:

Acidente: azul; Ergonômico: amarelo; Físico: verde; Químico: vermelho; Biológico: marrom.

Biossegurança:

1) BPL / POP: Boas práticas laboratoriais / Procedimento operacional padrão.

2) EPI / EPC: Equipamentos de proteção individual / coletiva.

3) Descarte de reíduos.


1) BPL / POP: Padroniza-se procedimentos e com isso diminuem-se os riscos, tendo uma boa prática laboratorial.

· Laboratório / RH:

- toda analise deve ser feita de porta fechada para reduzir o fluxo de ar, evitar o transito de pessoas e, com isso, eliminar a contaminação.

- todos os funcionários do laboratório devem estar vacinados, principalmente contra hepatite B.

- treinamento de recursos humanos para haver troca de funcionários.

- nenhum trabalhador com ferimento aberto pode mexer com resíduos/amostras biológicas.

- avaliar o estado de saúde dos funcionários previamente devido os riscos ergonômicos presentes no laboratório.

- todos os acidentes devem ser documentados para poder haver a correção de erros e para se proteger de processos trabalhistas que possam vir a ocorrer.

- desinfecção da bancada com álcool 70º quando entra e quando sai do laboratório.

- desinfecção de aparelhos para que um técnico de manutenção do aparelho não se contamine.

· Comportamento:

- alimentos/bebidas/chicletes/cigarros à PROIBIDO!

- sapato fechado.

- cosméticos à não usar excessivamente, pois as suas partículas podem cair na amostra e contaminar ou estragar aparelhos e materiais.

- jóias à não usar brincos (especialmente argolas); remover anéis devido à higiene e também por poder rasgar as luvas.

- cabelo sempre preso ou com touca de proteção.

- celular e objetos pessoais devem ficar fora da sala em que se está manipulando as dosagens.

· Procedimentos:

- nunca pipetar com a boca.

- descontaminação de acidentes que envolvem materiais biológicos com hipoclorito 0,1%.

- uso de equipamentos de proteção (principalmente jaleco e luva cirúrgica). A LUVA É DESCARTÁVEL!

- nunca pegar na maçaneta da porta com luvas.

- o jaleco só é usado dentro do laboratório; ele não deve ser misturado com objetos pessoais; deve ficar de molho no hipoclorito por, pelo menos, uma hora.


2) EPI / EPC:

- EPI: uso de jaleco com manga comprida de algodão ou fibra sintética, pois não é inflamável. Uso de luvas cirúrgicas descartáveis. Luvas de borracha de limpeza devem ser descontaminadas com hipoclorito para serem reutilizadas. Uso de óculos ou viseiras que sejam totalmente transparentes. Uso de mascaras com filtro para evitar contaminações por aerossóis. Uso de touca para quem não prende o cabelo. Protetor de ouvido (mais necessário para quem já tem problemas auditivos). Uso de pipetas automáticas que evitam você pipetar com a boca.

- EPC: Extintor. Chuveiro/lava-olhos. Mantas de proteção contra incêndios. Cabines de segurança (cabines de exaustão – contra risco físico e químico; cabines de fluxo laminar – contra risco biológico).


3) Gerenciamento e descarte de resíduos:

- NBR 10.004 (ABNT, 1987): Resíduo à todo produto gerado pela atividade de centros ou estabelecimentos que prestam serviços médico-assistenciais.

- RDC 283 (CONAMA, 2001) RSS: Resíduoà todo produto gerado pela atividade de: farmácia, laboratório, hospital, centro de pesquisas em saúde e farmacologia, necrotério, funerárias, IML.

- Riscos gerados pela geração de resíduos: contaminação do ambiente; reunir moscas, insetos ou roedores que possam veicular doenças; risco de acidente com perfurocortantes.

Para eliminação desses riscos deve ser feito o programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS). O objetivo dele é reduzir a formação de resíduos, destinação final segura e promover o manejo seguro.


1º- Fazer um mapa de risco

2º- Fazer o planejamento do manejo para saber o tipo e o volume de resíduo gerado (controle rigoroso de compras, portanto se eu sei o que entra terei uma estimativa do resíduo que será formado).

3º- Tipos de resíduos gerados: CLASSIFICAÇÃO DO RESÍDUO:

· Tipo A: resíduo biológico. Ex: sangue, feto, placenta, fezes, urina, etc.

· Tipo B: resíduo químico. Ex: quimiterápicos, imunoterápicos, produtos de laboratório de analises clinicas.

· Tipo C: resíduo radioativo. Ex: contrastes, radionucleotídeos, etc.

· Ticpo D: resíduo comum. Ex: resíduos domésticos.

· Tipo E: Perdurocortantes. Porem, se houver material biológico em agulhas, ele será considerado do tipo B. Se apresentar vestígios de radioterápicos será do tipo C.

4º- Segregação e acondicionameto:

· Deve saber o tipo de resíduo para fazer a segregação de acordo com sua classificação. A segregação deve ser feita no local onde é gerado, sendo que o objetivo é diminuir o volume, facilitar o transporte, fazer o tratamento interno e facilitar a destinação final.

· O acondidionamento deve ser feito de acordo com o tipo.

Tipo A: saco de lixo branco leitoso. Devem estar presentes em containers com tampa em pedal com identificação tanto no container quanto no saco (rotulagem antes de por o resíduo). No caso de material úmido ou pesado o saco deve ser duplo. O saco deve ser fechado com 2/3 da sua capacidade.

Tipo B: Igual ao tipo A, com a diferença do rótulo. Os resíduos líquidos devem ser colocados em frascos de vidros antes de irem para o saco.

Tipo C: devem ficar em uma sala blindada com chumbo e ficar lá até seu poder de radioatividade abaixar um pouco.

Tipo D: Pessoal da limpeza.

Tipo E: recipientes com paredes rígidas e tampas. Preenchimento de 80%. Quando terminar de encher deve lacrar e assim mandar para o descarte.

5º- Transporte interno/armazenamento: Levar da sala onde foi gerado até o local de armazenamento. Deve ser periódico dependendo do volume de resíduo gerado, podendo acontecer de 1 a 3 vezes ao dia, em horários de menores fluxos no laboratório. A pessoa que vai fazer a coleta deve usar EPI’s. Coleta deve ser feita em recipiente de transporte exclusivo para isso, com tampa. O saco não pode ser arrastado, não pode colocar no corredor. O armazenamento de resíduos fica em uma sala exclusiva ate o dia em que a coleta passar.

6º- Tratamento preliminar: feito quando o resíduo fica no laboratório por mais de 24 horas. Resíduos de fácil putrefação devem ficar em baixas temperaturas ou no formo. Autoclavação de resíduos biológicos a 121,5º, exceto produtos químicos por podem explodir.

7º- Transporte externo e destinação final: o container externo deve ficar em piso lixo e com sistema de escoamento para facilitar a limpeza.


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